Debate sobre Reforma da Previdência marca 8 de março em Valente

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Cerca de 150 mulheres estiveram no Encontro Municipal de Mulheres na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares – SINTRAF, em Valente-BA, na última quarta-feira (08 de março), Dia Internacional da Mulher, para debater sobre o tema – Previdência: Reformar para Excluir. O evento foi promovido pelo SINTRAF e contou com a presença de diversas organizações sociais, entre elas, a Fundação APAEB.

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Foto: SINTRAF Valente

Nos mais diversos eventos realizados no país, em celebração pelo Dia da Mulher, a Reforma da Previdência foi o tema central. As mulheres têm salários menores, são maioria entre os desempregados e trabalham até cinco horas a mais na semana do que os homens. Por este motivo, as trabalhadoras alcançaram o direito de se aposentar cinco anos antes dos homens, mas esta conquista está ameaçada pela proposta de Reforma da Previdência do governo Temer.

Na perspectiva de esclarecer as mudanças prejudiciais e injustas que a Reforma da Previdência traz para a mulher e para os trabalhadores menos favorecidos, o professor e economista Djair Silva, mostrou que a proposta desconsidera a jornada dupla ou até tripla de trabalho que a maioria das mulheres possui. “Nesta proposta, as mulheres terão que trabalhar mais que os homens pela carga de trabalho que acumulam. Esta Reforma adota idade mínima de 65 anos para trabalhadores e trabalhadoras como condição para aposentadoria. Ela trata os desiguais como iguais e isto é injustiça”, expôs Djair.

O economista também trouxe dados importantes que mostram inconsistência no argumento do governo para justificar a necessidade da Reforma como está sendo posta. Entre os dados, Djair mostrou que a Previdência não é o maior item do gasto público e sim as despesas financeiras com o pagamento de juros e amortizações, que têm impactos decisivos no ritmo de expansão da dívida pública.

Diante dos esclarecimentos, os participantes do evento se reuniram para traçar estratégias de intervenção antirreforma para serem trabalhadas a nível de município, estado e país. “A gente lutou para conquistar diversos direitos e agora vamos lutar para não perder os que já conquistamos. Esta proposta é cruel para nós mulheres. Temos que barrar esta reforma ou nós e as próximas gerações teremos nossas conquistas enterradas”, manifestou uma das participantes do Encontro.

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Foto: ASCOM FAPAEB

Em breve, será montada uma agenda de atividades e divulgada para que as organizações possam mobilizar a população para participação.