Milho hidropônico com resíduo de sisal é alternativa na alimentação de aves

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O milho hidropônico vem se apresentando como uma alternativa econômica na alimentação de aves. Em uma experiência realizada pela Fundação APAEB na propriedade do agricultor João Oliveira, na comunidade de Pinhões em São Domingos-BA, o cultivo do milho hidroponizado utilizando resíduo de sisal, vem servindo de complemento alimentar dos animais e como alternativa para o período de estiagem.

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A experiência foi orientada pela técnica em agropecuária Josenívia Oliveira, que faz parte da equipe do Projeto de ATER SEMEAR IV da Fundação APAEB/ SDR/ BAHIATER. Em 1,2 m², o agricultor fez um canteiro de milho hidropônico composto por três camadas de resíduo de sisal curtido, que servem de substrato, e duas camadas de milho. “A utilização do resíduo de sisal como substrato no processo de hidroponização é muito valioso, pois, por ser rico em nutrientes, ele dispensa a aplicação de soluções nutritivas nos canteiros, como comumente é feito neste tipo de sistema de produção” avaliou a técnica Josenívia Oliveira.

No canteiro experimental utilizou-se 3 kg de milho, que em aproximadamente 15 dias renderam 56 kg. O custo de produção neste canteiro saiu a R$ 0,07 o Kg, o que representa uma alternativa muito vantajosa. A expectativa é que seja possível alimentar as 25 galinhas do agricultor João em um período aproximado de 10 dias, utilizando o milho hidropônico como complemento da ração ou milho triturado.

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De acordo com o engenheiro agrônomo da Fundação APAEB, Enio Dias, o aproveitamento deste milho pelas galinhas é de 100%. “Elas comem não apenas as folhas, mas as sementes e até o resíduo. Não desperdiçam nada. É um alimento altamente palatável e nutritivo”, destacou o agrônomo.

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O sistema de produção de milho por hidroponia é simples, de baixo custo e que pode ser usado em qualquer época do ano. Possui um alto potencial produtivo com ciclos curtos e contínuos. “O destaque desta experiência é a utilização do resíduo de sisal como substrato, pois reduz custo e mão de obra para o agricultor. Depois do plantio, ele só precisa se preocupar em regar e o gasto de água é mínimo”, enfatizou Dias.

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Para o agricultor João Oliveira ou seu João Moisés, como é mais conhecido na comunidade, a experiência tem sido muito proveitosa e diz que pretende ampliar a utilização dos canteiros de milho hidropônico em sua Unidade Produtiva Familiar. “É uma economia grande na alimentação. Fui contemplado com um aviário em outro projeto e com certeza irei fazer vários destes canteiros para ajudar na alimentação das galinhas”, informou com entusiasmo o agricultor.