As queimadas representam grande ameaça à biodiversidade da Caatinga

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Com a chegada do segundo semestre do ano, quando comumente a temperatura aumenta, a vegetação seca e os ventos ganham força, a Caatinga fica ainda mais propensa a sofrer com as queimadas. A origem do fogo muitas vezes é desconhecida, mas as suposições geralmente são de queima de áreas para limpeza ou criação de pastagens, queima de coivaras e lixo, eliminação de material lenhoso, restos de cigarro jogados nas beiras das estradas ou ainda provenientes de descargas elétricas, combustão espontânea ou atrito de materiais rochosos.

Para o Agente Comunitário Rural da Fundação APAEB, Técio Oliveira, as atividades agrícola e pecuária ainda têm enorme responsabilidade sobre as queimadas nas regiões de caatinga. “Estas atividades são as que mais aproveitam o solo desmatado. Ainda há agricultores que utilizam a tradicional técnica das queimadas, mesmo hoje tendo novas técnicas e evidências de que é possível desenvolver estas atividades sem ter que queimar e respeitando a biodiversidade local, tais como o raleamento, rebaixamento e enriquecimento”, expôs Técio.

Em 2012 a Serra do Pintado, que fica localizada entre os municípios de Valente e Santaluz, sofreu com um incêndio e recentemente houve um episódio próximo ao povoado de Tanquinho em Valente. Neste último, o fogo se aproximava com rapidez das resiências e foi necessário utilizar várias máquinas pesadas e caminhões pipa para controlar.

Nos períodos quentes e de estiagem é preciso redobrar os cuidados, principalmente por parte dos agricultores/as no tocante ao manejo do fogo nas unidades produtivas. Diversas experiências de agricultores e agricultoras familiares, que investem em um manejo agroecológico e sustentável do solo demonstram que é possível conviver com as características do bioma, criar rebanhos saudáveis e cultivar.